 |
| Vista aérea da cidade |
Quarenta e quatro anos atrás, chequei aqui, a contra gosto, aborrecida com meu pai, por ter que deixar para traz a cidade onde nasci e meus amigos de adolescência. Cheguei repudiando tudo e a todos, e decidida a não gostar do lugar, menos ainda do seu povo.Eu estava mesmo muito zangada. Tão logo pude, parti para outro grande centro metropolitano do mesmo estado, porque eu não queria construir minha vida aqui.
 |
| Busto na Praça XV |
E assim me aventurei por andanças, até que o amor filial e familiar, me trouxe de volta e em definitivo a Ribeirão Preto.
E hoje, recordando minha birra dos primeiros tempos, rio de mim e da minha meninice; pois foi exatamente aqui, que encontrei meu parceiro, companheiro, amigo, cúmplice e esposo, cujas vidas, somamos e multiplicamos nos filhos.
O interessante disso é somamos os filhos de outros casamentos, chegando ao total de 6 filhos, três dele, uma minha e dois nossos. Vencendo as batalhas de cada tempo, formamos uma família equilibrada e feliz.
 |
| A Catedral Metropolitana |
Depois de muitas surpresas nem um pouco agradáveis com relação a moradias, tínhamos o sonho da casa própria, e para isso nos cadastramos na companhia habitacional (COHAB-RP).
Em quatro anos de expectativa, fomos sorteados com a nossa unidade habitacional. E o engraçado disso foi o seguinte:
_Desde o primeiro dia (das angústias dos alugueis), eu mentalizei a 'minha casa'.
Um dia teria a minha casa!
Nada muito grande nem exuberante, mas minha,(nossa), comecei a mentalizar sua posição em relação a rua com a frente voltada para o nascer do Sol, e cuja posição da rede elétrica, não impedisse a formação de uma bela árvore, por causa dessa mania necessária de se podar, mutilar mesmo uma árvore, para liberar a fiação da rede elétrica esterna.
 |
| Uma rua do bairro |
E se não fosse pedir muito, que ela recebesse a luz do Sol, durante todo o dia, até a tardinha, no por do Sol. No dia do sorteio, e esse consistia em escolher numa urna o endereço da casa, eu tinha a minha frente três potes com pequenos papeis dobrados, e o que eu escolhi, foi exatamente como eu havia sonhado e mentalizado; cada detalhe, que só fui conhecer, quando visitei pela primeira vez o lugar.
 |
| Uma das ruas do Bairro |
A partir dessa data, eu Tinha uma casa, um endereço, de onde não precisaria sair de repente, por causa das decisões do proprietário.
Porque eu seria a proprietária!
Agradecida a Deus, levei a muda de Jambo Vermelho que havia preparado, para plantar na calçada, e que fora presente de minha irmã missionária Musa, vinda lá das missões Índios do Brasil no amazonas.
 |
| Ipê Florido na Praça das Tecnologias |
Nessa época esperávamos a chegada de nossa mais nova filha, que nasceu logo depois que nos mudamos.
Bom, contei tudo isso, pra dizer que hoje eu amo esta cidade, que me acolheu, e me seduziu.
Meu bairro é lindo, com uma área verde fantástica, e convidativa. A população é tranquila e simpática, e fiz muitas amizades.Valorizo por demais acordar pela manhã ao som da passarada, cantando na copa da grande e bela árvore, vindos da mata ciliar que margeia o bairro, bem perto da minha casa. Fico muita vez, quietinha, decifrando os cantos de cada pássaro, e não é raro ouvir algum que ainda não havia catalogado na mente. Isso me encanta, e me leva a Louvar o Criador de todas as coisas. Deus.
 |
| Meu esposo Arthur Fomm |
Hoje estive pensando:
Quando chegamos aqui, e eu fui pioneira nesta etapa do conjunto habitacional, todas as famílias, tinham seus filhos bem pequenos, como os meus, 5 e zero anos, e hoje quase todas somos avós.
O tempo correu célere. Eu quase nem percebi; quando vi estava aqui, agora.
Exatamente hoje, Ribeirão Preto, a cidade que me acolheu, comemorou seus 157 anos, e é um ótimo lugar para se viver e ser feliz.
Por tudo o que recebi, e recebo, e poder retribuir como cidadã, eu sou muito grata por viver aqui, por ter conseguido criar meus filhos com dignidade, educação e saúde, e ter feito deles pessoas de Bem.
 |
| Eu na Academia ao ar livre, no Parque Tom Jobim |
Parabéns Ribeirão Preto!
Grata por ter me acolhido!
